A prática do voyeurismo pode despertar a curiosidade do público feminino
Descobrir que o parceiro dormiu com outra mulher é decepcionante. Flagrá-lo na cama com a amante pode ser ainda pior. Decidir, então, manter o relacionamento e, além de permitir que o parceiro se relacione com outras, assistir as transas e sentir prazer com a situação seria loucura? Não necessariamente. Na última semana, Abigayle Woodburn, 22 anos, ganhou destaque na mídia após relatar que já viu o namorado fazer sexo com mais de 50 mulheres e garantiu ficar “realmente excitada”. Conversou com mulheres para saber o que pensam sobre voyeurismo – sentir prazer sexual ao presenciar o sexo entre duas pessoas – e descobriu que elas também tem uma ponta de curiosidade em viver a experiência.
“Nunca experimentei, mas tenho muito tesão em assistir filmes e imaginar outros casais, logo, imagino que seria uma experiência muito interessante”, contou a consultora M. V. Ela já teve relações sexuais no mesmo ambiente que outras pessoas e não ficou incomodada com os olhares. Para a jornalista J. R., a prática seria assistir uma versão ao vivo de um filme pornô. Além de apimentar a relação, na opinião da analista financeiro G. P., o voyeurismo é uma satisfação mútua: “mata a curiosidade íntima de quem vê e a necessidade de exibicionismo de quem se mostra”.
O interesse feminino, porém, se volta mais ao lado de ser assistida do que presenciar um casal na cama. “Acredito que sentiria mais prazer do que simplesmente olhando”, disse J. R. Até a assessora política N. S. – que afirmou não ter interesse em ficar como voyeur para outro casal - confessou a curiosidade em ser assistida. “Acho mais interessante a ideia do escondido, como um vizinho que está olhando pela janela ou por uma fresta do banheiro. Não sei se um casal sentado assistindo me daria o mesmo tesão”, contou M.V.
O interesse pelo voyeurismo das entrevistadas têm algumas condições. Assistir o parceiro com outra, como faz Abigayle, não é uma opção e elas preferem que as outras pessoas envolvidas não sejam do círculo de conhecidos. “Meu único pudor seria se um casal de amigos me convidasse”, disse G. P. Para M.V., a experiência só aconteceria se fosse com estranhos.
De acordo com as entrevistadas, o momento entre quatro paredes vale tudo desde que todas as partes estejam de acordo. “Não pode ter intromissão sem permissão”, afirmou M.V. Além disso, vergonha e as usuais “neuras femininas”, como preocupação com o corpo, devem ser deixadas de lado, continuou. J.R. acrescentou que o voyeurismo deve ser feito ao lado de uma pessoa com quem exista um vínculo emocional e de confiança. O homem é mais visual e “carnal” do que a mulher, de acordo com N.S., por isso, sentir prazer na situação é mais natural.
A proposta
Muitas mulheres “perdem o melhor do sexo por pudores bobos”, disse J.R. Elas têm os mesmos desejos dos homens, no entanto, não os externam de forma tão explícita, afirmou G.P. Porém, ao propor a ideia à parceira é preciso de alguns cuidados. “Costumamos achar que tudo é motivo para pular a cerca”, alertou M.V. É importante conhecer a companheira e saber se a objetividade é a melhor maneira de abordar o assunto. “Se reprimir com medo de ouvir ‘não’ nunca resolve a situação”, disse N.S.
O conselho de J.R. é uma conversa em que os dois expressem os desejos sexuais. “O casal precisa estar aberto a novas experiências. Quando um sabe o que o outro gosta o que resolve é um bom papo e a pergunta: topa ou não?”, sugeriu.