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Sexting... prazer e riscos...



Fenômeno entre os adolescentes, a troca de mensagens via internet ou mesmo pelo celular de conteúdo sexual começou a ser usada nos Estados Unidos, por isso o uso de termo "sexting" (sex + texting, termo em inglês para a troca de SMS).


 


A novidade é que os adultos também entraram na onda, utilizam a facilidade da tecnologia para apimentar o relacionamento. Algo divertido e muitas vezes uma forma de aproximar ainda mais o casal, entretanto, muitas vezes "o crime não compensa", para ambas as partes.

Imagine só o risco de isso cair na rede?
"A questão é o que o outro faz com essas mensagens ou imagens. Pode ser algo excitante a dois, mas quando vira algo colocado para o mundo ver, especialmente pessoas do seu círculo profissional, acadêmico, ou mesmo familiar, aí é encrenca. O mundo não vê o sexo como algo natural, uma função como qualquer outra. Se a pessoa for mulher então!", opina a Vilamiga Valentina.



O sexting também traz o perigo de outro comportamento que já repercutiu no mundinho das celebridades. Trata-se da "revenge porn" (pornografia da vingança, em tradução livre). Uma das primeiras vítimas foi Paris Hilton, isso em 2004. Na época, a patricinha estava com o ex-namorado Rick Salomon, que teria divulgado a intimidade do casal sem a permissão dela.

"Este tipo de vingança, após o término do relacionamento, é algo que está se tornando bastante comum no Brasil. Produzir vídeos a dois ou mesmo trocar mensagens pode fazer parte de um relacionamento, um fetiche de casal, mas quando isso se torna público prejudica principalmente as mulheres", diz o Prof. Dr. Marcel Leonardi, especialista de Direito em Internet e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), que chega a trabalhar com cerca de 10 casos de difamação na internet por mês, sendo que 80% dos seus clientes são mulheres prejudicadas por seus ex-noivos, ex-namorados ou ex-maridos, muitas dessas vítimas não chegam a levar o problema aos tribunais pelo medo de se expor ainda mais.



"E o público masculino vem até mim porque muitas vezes a própria mulher tem vergonha. São casos quando não houve a vingança e, sim, quando terceiros divulgaram fotos ou vídeos do casal na internet", explica. No Brasil, o caso mais notório aconteceu com a ex-BBB Maíra Cardi, ao sair da casa no ano passado ela virou notícia depois da publicação de um vídeo seu fazendo sexo oral no seu ex-marido, o jogador de futebol Marcelo de Fari.

Segundo o advogado, muitos casais que costumam praticar o "sexting" ou filmam a própria intimidade guardam os dados no próprio computador doméstico. A questão é quando ele cai na mão de outras pessoas, principalmente técnicos de computador, que acabam divulgado isso facilmente. "As pessoas não tem o cuidado de criptografar (processo de conversão de dados em um formato que outros usuários não conseguem ler), ou tomar outras medidas de segurança, se bem que isso é bastante relativo. Por exemplo, ao armazenar uma senha você pode anotá-la em outro lugar de fácil acesso, por isso, acho que o melhor jeito é apagar os dados, ou ao menos tentar esconder o rosto durante a prática", indica.
Em casos como esse, o especialista de Direito em Internet explica que antes de mais nada se observa em qual site a imagem ou vídeo está publicada, depois disso é solicitado ao próprio site o IP (Internet Protocol) do computador, um número que identifica a máquina de todas as outras no mundo virtual.



"Os dados são cruzados com o provedor de acesso e assim se consegue rastrear a pessoa que usou a máquina para publicação do conteúdo pornográfico". Mas claro que até se chegar ao autor do crime há muitos entraves. Em uma "Lan House", por exemplo, várias pessoas usam a mesma máquina, por isso, em algumas cidades, como, São Paulo, por exemplo, a legislação obriga "Lan houses" exigirem o RG, segundo explica Leonardi.

"Entretanto, às vezes conseguimos chegar ao autor do crime porque ele chega a usar o seu login mais de uma vez, isso em outros computadores para outros tipos de serviços. Suponhamos que ele tenha inserido uma imagem no Orkut e depois acessado a sua conta no Gmail, este interligado a rede social. Já é um bom caminho. Geralmente as pessoas usam os mesmos dados várias vezes, o que facilita a trabalho de investigação". Conforme o advogado, muitos processos ainda esbarram na falta de colaboração de sites de pornografia, principalmente os internacionais, que não fornecem informações e não colaboram na remoção dos conteúdos. Sem contar a popularização de câmeras digitais e outros recursos que facilitam a captação de imagens.



Em alguns episódios, quando se descobre que o autor é o funcionário de uma empresa de manutenção de computadores, por exemplo, é possível se chegar a um acordo sem ir a julgamento. "É mais fácil porque se consegue chegar ao autor, sendo que o dono da empresa não quer ter o seu nome sujo. São casos cuja indenização chega até 50 mil reais", afirma o advogado. Porém, muitas vezes as pessoas se dão por contente se apenas o conteúdo for removido ou ainda por não estar em destaque nos sites de busca.




"Pode ser muito legal a dois, pode mesmo, mas tem o potencial de se transformar num pesadelo", comenta Valentina. Realmente não vale a pena arriscar.







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