Chegou a hora de colocar em uso aqueles brinquedinhos especiais
Embora algumas pessoas resistam à ideia, os brinquedos eróticos podem transformar a cama em um divertido playground de adultos. O Dia dos Namorados, quando os casais em geral procuram fazer algo especial para comemorar, é uma boa oportunidade para experimentar novas formas de fazer sexo e quebrar a rotina da relação.
"Brinquedos eróticos ajudam a ver o sexo como algo divertido e romântico", diz a psicóloga e terapeuta sexual Sandra Vasques. E nem é preciso esperar que a temperatura do relacionamento baixe. "O importante é respeitar os limites de cada um", diz ela. Porém, o maior ingrediente erótico ainda é o cérebro e a capacidade de perceber o outro. "Esses objetos só funcionam como instrumentos para nos sentirmos desejados e expressarmos desejo. Eles não salvam um relacionamento."
Como começar a usar brinquedos eróticos
Nem pense em chegar com um monte de acessórios do dia para noite. "Comece com um papo e faça carícias para falar sobre o assunto, com muita naturalidade. E o conselho é válido para homens e mulheres", diz a sensual coach Fátima Moura, autora de "Sexo Para Mulheres Casadas" (Editora Original) e "Sexo, Amor e Sedução" (Editora Harbra). "Existe uma esponja de banho vibratória para ser usada a dois, por exemplo. O casal pode começar por aí a explorar de forma diferente o corpo um do outro", diz Fátima.
E essa é só uma sugestão. Há muitas opções para começar com leveza, sem assustar o parceiro. Mais um exemplo? O creme conhecido como vibrador líquido. "Ele esquenta e esfria em contato com as mucosas. E colocado no clitóris ou na glande dá a sensação de vibração", explica Lu Riva, personal sex trainer e especialista em pompoarismo, que acaba de lançar o DVD "Dez Lições Práticas Para Strip Tease".
As velas que, derretidas, viram cremes de massagens são uma ótima opção para iniciantes, assim como óleos e géis que têm o mesmo propósito. "Em geral, esses produtos têm sabor e não deixam gosto ruim na boca. Mas prove antes, para escolher um agradável. Também procure nos produtos o selo da Anvisa, que atesta sua segurança", diz Lu. Ao aplicar, não coloque produtos direto no corpo do outro. "Ponha primeiro na mão e depois no parceiro, para evitar que fique melado. Homens, principalmente, detestam essa sensação", diz Fátima. "Antes de usar algo nos órgãos genitais, teste na lateral do pescoço, para medir a sensibilidade aos efeitos".
Ainda nessa fase inicial, Lu Riva sugere a utilização de anel peniano. Ele faz uma pressão na base do pênis e sua função é manter a ereção por mais tempo e retardar a ejaculação. Ele pode vir com cápsula que vibra no clitóris da mulher durante a penetração. É uma boa sugestão para as mulheres que têm vergonha de se tocar no clitóris ao transar. Há, também, vibradores para o clitóris. "Eles têm várias intensidades de vibração, são pequenos, e podem ser usados enquanto ela é penetrada", explica Lu.
Vibradores: um capítulo à parte
Depois de se familiarizar com esses produtos, o casal pode partir para a etapa seguinte: os vibradores. O ideal é começar com os pequenos. "É comum que um dos parceiros queira e o outro não. Por isso, as indústrias se importam muito com a estética. Não precisa ser grande nem ter formato de pênis. Aliás, esses são minoria, atualmente", conta Fatima Moura. Para ela, começar com esse brinquedo pode assustar o outro. "E é para relacionamentos que estão bons, é tempero. Tem de ser com consentimento dos dois, principalmente para que o homem não veja o acessório como adversário e pense que está sendo substituído", diz Fátima.
Nem sempre o vibrador é bem visto pelo homem, que pode se sentir inseguro e achar que não é bom o suficiente para sua parceira. "Se tiver alguma insegurança em relação ao seu órgão ou à satisfação que proporciona à mulher, ele pode se sentir intimidado. Mas quando se asseguram do desejo dela e entendem que o vibrador é apenas um brinquedinho, a insegurança passa", diz Sandra Vasques.
Homens costumam gostar de ver a mulher se tocando. O vibrador pode ser usando para ela mostrar a ele como gosta de ser penetrada e tocada. "Muitas mulheres temem usá-lo, mas se elas se permitirem, fará diferença. Quanto mais você explora seu corpo, mais prazer tem. O orgasmo, que já é bom, pode ser melhor ainda", diz Lu Riva. É também nessa fase intermediária que a professora de pompoarismo indica o uso de fantasias (veja álbum abaixo). "Dá para a mulher ousar e fazer um striptease. Mas precisa treinar antes para ter confiança, olhar firme, o brinco não enroscar, o anel não desfiar a meia."
Nível avançado
Nesse estágio de intimidade, confiança e segurança entre o casal, a fantasia pode rolar solta. "Já dá para um dos dois ser algemado. Ou ela pode substituir a algema por lenços, amarrá-lo e depois esfregar o corpo dela no dele. Ele pode amarrá-la com a gravata e depois presenteá-la com uma massagem", exemplifica Fátima Moura. Dá também para usar brinquedos eróticos mais ousados, como um vibrador em formato da letra C. "Tem um lado que é mais fino e penetra na mulher estimulando o ponto G e outra ponta que estimula o clitóris", descreve Lu Riva.
"A calcinha com vibrador de clitóris com controle remoto é outra ideia. Dependendo do modelo, o vibrador pode ser acionado a até quatro metros de distância. É para casais que não se incomodam em ter o prazer fora do quarto, como numa balada ou jantar com um grupo, quando ele pode estimulá-la e ninguém mais, além deles, sabe da brincadeira", conta Lu.
Mas quem quiser se aventurar pelo mundo dos brinquedos eróticos precisa tomar alguns cuidados. "Não se deve fazer tudo de uma vez nem uma coisa seguida da outra. Senão, vira rotina e perde a graça. O segredo é fazer a outra pessoa querer mais e manter a expectativa", afirma Fátima.