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Swing, fetiche & Viagra - 3a. parte


Por que os jovens buscam emoções cada vez mais fortes na hora do sexo ?

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Eles são jovens, bonitos e bem-informados. Em busca de fortes emoções e altas performances sexuais, homens e mulheres (casados ou solteiros) lotam clubes liberais, consomem remédios contra impotência e recorrem a práticas sadomasoquistas perigosas, como a asfixia erótica

Asfixia Erótica


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A chef de cozinha Margoth, 26 anos, não frequenta casas de suingue, não usa drogas nem transa com tomadores de Viagra. Sua predileção sexual é outra: a asfixia erótica, outra prática crescente entre os jovens. “Descobri que o sufocamento me excitava durante a adolescência, quando lutava jiu-jítsu e curtia golpes como o mata-leão”, diz. “Sentia uma moleza boa, parecida com a do orgasmo. Anos depois, descobri que aquela era só uma das minhas tendências sadomasoquistas.”

“A máscara me deixa sem ar, tonta, com visão embaçada. Não chego a desmaiar, mas sinto muito prazer” — Cypher*, 23, designer

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Predileções à parte, a excitação pelo sufocamento tem uma razão (química) de ser. “Durante a asfixia, o nível de oxigênio no cérebro diminui e produz um torpor semelhante ao do orgasmo”, explica o psiquiatra Luiz Sperry César, do Hospital Emílio Ribas. O perigo dessa prática é que ela pode ser fatal, como aconteceu com o ator David Carradine e o vocalista do INXS, Michael Hutchance, autoasfixiados durante o ato da masturbação. Nos Estados Unidos, país que hospeda a maioria dos sites que ensinam a fazer asfixia autoerótica, a prática mata de 500 a 1.000 homens por ano, de acordo com o FBI.

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“Como sei o quanto isso é perigoso, jamais me sufoco sozinha, somente com meu namorado”, diz Margoth. Das várias formas de sufocamento propagadas pelos adeptos da polêmica prática, ela prefere a com sacos plásticos e o garroteamento (com uso de cordas, lenços ou cintos). “Em duas das quatro vezes por semana que transo com meu namorado, peço que ele me sufoque. Ele gosta, porque se sente no comando da situação e eu gosto porque me sinto comandada”, afirma.


O analista de sistemas Gás Mask, de 26 anos, e sua namorada, Cypher, de 23, vão ainda mais longe na tara pela asfixia. Juntos há três anos, os dois ganharam esses apelidos na cena BDSM porque nutrem verdadeira adoração por transas com máscaras de gás. O aparato impede a entrada do oxigênio no cérebro e possui uma trava de segurança que pode ser acionada, a qualquer momento, evitando desmaios. “Além do prazer físico do sufocamento, sinto um fetiche pela máscara. Tenho ao todo 11 delas”, conta Gás.

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Filha única de uma família de classe média de São Paulo, Cypher mora sozinha com a mãe, desde que o pai faleceu, há dois anos. “Sempre tive diálogo com eles. Minha mãe sabe que sou fetichista e pratico asfixia erótica. Ela não aprova, mas respeita. O que já é suficiente”, afirma. Entre os amigos da faculdade onde Cypher cursa o último ano de design, o assunto não existe. “Só as pessoas mais chegadas sabem desse meu segredo. Isso me preserva”, diz a moça. Assim como o namorado, ela também adora as máscaras. “Durante o sexo, me sinto enclausurada, sufocada e vou, aos poucos, ficando com a visão embaçada. Até que, antes de desmaiar, acabo gozando.”

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Quando a falta de ar começa a ficar insuportável, cabe à pessoa que está com a máscara dar um sinal (uma batida mais forte, um aceno ou beliscão) para o parceiro que está no “comando”. Aí, ele prontamente aciona a trava de segurança, que permite nova entrada de ar. Na opinião de Cypher isso só funciona se o casal tiver muita sintonia e confiança. “Perdi a virgindade tarde, aos 21 anos, com o Gás. Antes dele, não gostei de ninguém a ponto de me entregar. Ele é realmente o homem da minha vida, a pessoa que eu amo”, diz.





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