Há quem seja fã da máxima de que um tapinha não dói.
Mas será que sexo selvagem tem a ver com doses de violência (carinhosa?) na cama?
É natural e bom de fazer.
O sexo selvagem é, na essência, aquele onde aflição e prazer se misturam, mas sem desconforto. É onde puxar o cabelo pode, mas sem arrancar os fios. É onde pode morder sem tirar pedaço.
Os homens são mais fãs desse tipo de rala-e-rola quase animal. Ainda mais quando ficam sem sexo por alguns dias. Os anseios de Tarzan do seu amado ficam ainda mais à flor da pele quando ele passa por aquela abstinência forçada. "Só de pensar em tudo jogado pelo chão e a cama toda desarrumada, já perco o fôlego", diz Matias, de 29 anos. "E depois, mesmo que uma câimbra quase me mate, me sinto o rei da selva". Viu só? O leão dentro dele está sempre pronto pra você.
As mulheres são mais românticas, mesmo quando se trata de jogar o manual das boas maneiras fora. E a maioria vê o sexo selvagem como aquele em que os dois estão em perfeita sintonia, ritmados, mas confessam que gostam quando ele se impõe para chamá-la de sua e não poupa esforços para isso. "Eu amo o selvagem! Gosto que me peguem pelos cabelos, gosto quando a gente avança um no outro na cama, morde, bate, ensopa, xinga", confessa Mariana, 25. "Mas com meu gato tem espaço para carinho, claro, principalmente depois do sexo".
Então quer dizer que a selva pode encontrar a calmaria? Sim, e como! O sexo selvagem pode ser carinhoso. Brando, mas firme. Tímido, mas ousado. Escandaloso, mas suave. Agressivo e, ao mesmo tempo, terno. Pelo menos é o que pensa Joana, 31. "Não acredito em receitas, em rótulos ou nada pré-estabelecido. Prefiro fazer uma sondagem enquanto se desenvolve a relação. A gente vai se encaixando e se descobrindo", filosofa.
Ao que tudo indica, tudo depende do clima, da hora, do lugar. "Tem gente que dá vontade de fazer amor carinhosamente. Tem outros que dá vontade de pegar, comer e destrinchar como se fosse um frango assado", fala, mais abusada, Suzana, 28. Vivian, 29, casada há quatro, diz que adora o sexo carinhoso, mas quando o negócio esquenta mesmo "gosto da velocidade cinco, sem dor e com muito prazer".
Em "Bufo & Spallanzani", o autor Rubem Fonseca trata de prazer e dor, na passagem em que um sapo, mesmo em chamas, não desiste da cópula. Gustavo Flávio, um dos personagens da trama, também não sente a dor durante sua castração. Para ele, o tesão é superior à dor.
Na prática, não funciona bem assim. Afinal, ninguém quer sair roxo e todo quebrado depois de uma boa noite (manhã ou tarde) de sexo. Especialistas - e praticantes de plantão - garantem que a posição ideal para iniciar uma boa sessão de sexo animal é a cachorrinho. Se você fizer que ele te pegue pela cintura, dá a pista de que o quer no comando da penetração. Acompanhe o ritmo com entusiasmo e mantenha o pescoço para baixo, relaxando a coluna. Se sentir que o orgasmo está próximo, faça pressão ao redor do pênis, para intensificar o estímulo. Na hora H, solte a fera que existe dentro de você. Vire-se de frente e puxe-o ainda mais fundo dentro de você. A selva vai se transportar para dentro da sua casa.